AMV – Introdução à Medicina Veterinária

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Índice

1 – O Centro de Atendimento Médico-veterinário

1.1 – O Centro de Atendimento Médico-veterinário

1.2 – Profissionais da Medicina Veterinária

1.2.1 – Auxiliar de Medicina Veterinária

1.2.2 – Enfermeiro(a) Veterinário(a)

1.2.3 – Médico-veterinário(a)

2 – O Papel e as Responsabilidades do Auxiliar de Veterinária

2.1 – Características do Auxiliar de Veterinária

3 – Nomenclaturas e Conceitos Básicos em Medicina Veterinária

3.1 – Objetos essenciais na Prática Veterinária

3.2 – Terminologia

 

1. O Centro de Atendimento Médico-veterinário

1.1.O Centro de Atendimento Médico-veterinário

Os Centros de Atendimento Médico-veterinário (CAMVs) são unidades de saúde animal onde se prestam serviços de profilaxia, diagnóstico e tratamento das doenças dos animais.

 Os CAMVs podem ser classificados como Clínicas ou Centros Veterinários. Estes possuem menores dimensões, têm menor capacidade de recursos e de pessoal e ainda menor oferta de serviços ao cliente. Ou como Hospitais, que ao contrário dos primeiros, possuem normalmente maiores dimensões, maior quantidade de recursos e pessoal e ainda conseguem oferecer uma maior variedade de serviços ao cliente.

No entanto, ambos necessitam de uma equipa coesa, proativa, determinada, motivada e multidisciplinar, onde podem constar:

  • Rececionistas
  • Auxiliares de Veterinária
  • Enfermeiros(as) Veterinários(as)
  • Médicos-veterinários(as)
  • Administrativos(as) e Recursos Humanos

Muitas vezes encontramos equipas que apenas possuem auxiliares, enfermeiros e médicos.

 

1.2 Profissionais da Medicina Veterinária

Passemos à análise de cada profissão.

 

 1.2.1 Auxiliar de Medicina Veterinária

O Auxiliar de Medicina Veterinária tem como missão auxiliar os médicos e os enfermeiros veterinários nos procedimentos clínicos.
É também, muitas vezes, responsável pelo primeiro contacto com o cliente quando não existe um rececionista.

  • Pode por isso fazer o atendimento ao cliente – física e telefonicamente;
  • Fazer marcações e gerir a agenda;
  • Organizar documentos, registar e receber pagamentos dos clientes.

No entanto o seu trabalho vai mais além, pois este:

  • É responsável por executar um plano de desinfeção e higienização de superfícies, pavimentos e materiais;
  • Executar um plano de nutrição;
  • Identificar e relatar as melhorias ou pioras de um animal em tratamento;
  • Auxiliar na contenção do animal para procedimentos clínicos;
  • Administrar medicação aos animais com vigilância do médico-veterinário;
  • Contribuir para o bem-estar animal que se encontra hospitalizado.

 

1.2.2 Enfermeiro(a) Veterinário(a)

O enfermeiro(a) veterinário(a) é o profissional que serve como ponto de ligação entre o auxiliar e o médico-veterinário.
Tem de possuir licenciatura e por isso exerce funções ligeiramente mais complexas como:

  • Triagem do paciente;
  • Estabelecer protocolos nutricionais e profiláticos junto do médico veterinário;
  • Avaliar a cicatrização de feridas e realização de pensos;
  • Realizar métodos complementares de diagnóstico simples;
  • Preparar o internamento de um animal que vai ser hospitalizado;
  • Preparar um paciente para cirurgia e se necessário participar na mesma;
  • Controlar a anestesia;
  • Administrar fármacos e induzir terapêuticas prescritas pelo médico-veterinário.

 

1.2.3 Médico-veterinário(a)

É o profissional de saúde que pratica medicina veterinária no seu esplendor, ou seja, dedica-se à prevenção/profilaxia, controlo e tratamento de patologias em animais.

Tem de possuir licenciatura e mestrado e estar registado na OMV (Ordem dos Médicos Veterinários).

Este estabelece um diagnóstico através de métodos complementares, e ainda um plano de tratamento para um animal que esteja doente, tendo em conta o seu prognóstico.

Pode exercer várias especialidades dentro da área, como por exemplo:

  • Cardiologia
  • Neurologia
  • Obstetrícia
  • Medicina Interna
  • Exóticos
  • Endocrinologista
  • Entre outros…

Tem o poder de aconselhar o tutor do animal relativamente a uma tomada de decisão consoante o prognóstico do caso.

Tem ainda influência ao nível da inspeção sanitária, salubridade, higiene e segurança de determinados locais (como por exemplo talhos e supermercados).

 Em suma, estes profissionais, junto do respeito e gosto pela profissão têm papéis fundamentais na Medicina Veterinária no que toca ao tratamento animal.
É por isso, de extrema importância que todos saibam agir e trabalhar em equipa para que, no final, preservemos o bem-estar animal e superemos as expectativas dos tutores, ainda que em casos mais complicados, tornando-nos assim uma equipa de excelência.

 

2. O Papel e as Responsabilidades do Auxiliar de Veterinária

Como vimos no vídeo anterior, o Auxiliar de Medicina Veterinária desempenha um papel fundamental na equipa clínica e para além de necessitar de ter formação específica em Auxiliar de Medicina Veterinária tem de possuir certas características e qualidades para realizar as suas funções de forma eficaz.

Como tal, eis as qualidades que são mais valorizadas:

  • A paixão pelos animais
  • Empatia e compaixão
  • Paciência
  • Dinamismo e proatividade
  • Boa capacidade de comunicação – com o cliente e os colegas de trabalho
  • Trabalho em equipa
  • Ética profissional

 

2.1 Características do Auxiliar de Veterinária

Já como características, espera-se que um Auxiliar de Veterinária seja:

:: ORGANIZADO E TENHA ATENÇÃO AOS DETALHES!
Uma pessoa organizada demonstra eficiência, produtividade e pode contribuir para o sucesso de um serviço no geral. É de extrema importância ter um auxiliar com esta característica numa equipa clínica, pois pode fazer a diferença na evolução e documentação de um animal em tratamento.

Pessoas organizadas são também excelentes a definir metas e objetivos e conseguem desenvolver estratégias para as alcançar. Conseguem estabelecer prioridades e cumprir prazos.E ainda manter o seu local de trabalho limpo e organizado, o que é essencial na gestão e organização de materiais e documentos.

 

:: SEJA FLEXÍVEL E TENHA CAPACIDADE PARA LIDAR COM A PRESSÃO
Em ambiente hospitalar o nível de stress e a pressão exercida são constantes, pois surgem muitas vezes imprevistos, nomeadamente, urgências, que obrigam a pensar de forma lógica e a atuar com a maior rapidez possível.

 

:: TENHA RESISTÊNCIA FÍSICA E EMOCIONAL
Uma pessoa com estas características tem capacidade para se adaptar a diferentes ambientes e condições de trabalho.

As funções de um Auxiliar de Veterinária envolvem frequentemente o maneio de animais de diferentes tamanhos e temperamentos e isso pode exigir resistência física para os levantar e/ou conter.
Lidam também muitas vezes com clientes emocionalmente angustiados e que estejam a passar por alguma situação mais complicada, como a perda do seu animal. É por isso importante que se tenha a resistência emocional necessária e empatia para poder lidar com esta situação de maneira profissional e respeitosa.

 

:: TENHA CONSTANTE CURIOSIDADE E DISPOSIÇÃO PARA APRENDER
A área da saúde está sempre em constante desenvolvimento, por isso, espera-se que o Auxiliar de Veterinária seja uma pessoa preocupada e interessada em continuar a crescer profissionalmente.

Para isso pode, não só, contar com a ajuda dos seus colegas, colocando questões e observando o seu método de trabalho, como também frequentar formações, ler artigos científicos sobre um assunto que lhe suscite curiosidade, procurar novas técnicas com recurso a canais digitais ou até ler livros sobre algum tipo de especialidade.

 

3. Nomenclaturas e Conceitos Básicos em Medicina Veterinária

Como profissionais da área da saúde animal, é essencial que possamos comunicar com os nossos colegas de forma eficaz para garantir o bem-estar dos nossos pacientes. Desta forma, utilizamos termos e nomenclaturas específicas para descrever objetos, procedimentos, condições e conceitos presentes nesta profissão.

3.1 Objetos essenciais na Prática Veterinária

Comecemos por enumerar alguns objetos essenciais na prática veterinária:

  • Estetoscópio
  • Otoscópio
  • Oftalmoscópio
  • Glucómetro
  • Pulsioxímetro
  • Cateter Intravenoso
  • Sistema de Soro
  • Bomba Infusora
  • Pinças Hemostáticas
  • Porta-agulhas
  • Pano de Campo
  • Autoclave
  • Bisturi
  • Fio de Sutura

 

 

 

 

 

3.2 Terminologia

Relativamente a uma consulta podemos ter os seguintes termos:

:: ANAMNESE ou HISTÓRIA PREGRESSA
É uma espécie de entrevista feita ao tutor que é realizada no início da consulta para perceber o histórico clínico do animal e para estabelecer um possível diagnóstico.

:: EXAME FÍSICO
É o exame clínico feito pelo médico–veterinário que consiste em avaliar o paciente através da inspeção, palpação e auscultação.

:: SINTOMAS
São as queixas que o paciente apresenta, como por exemplo: comichão, vómitos, fraqueza, dor, etc.

:: SINAIS CLÍNICOS
São as manifestações clínicas descritas pelo médico, como por exemplo: icterícia, desidratação, náusea, etc.

:: SÍNDROME
É o conjunto de sinais e sintomas que definem as manifestações clínicas de uma ou várias doenças ou condições clínicas, independentemente da etiologia que as diferencia.

:: DIAGNÓSTICO
Identificação da doença ou condição médica do paciente com base na sintomatologia, sinais clínicos e exames complementares.

:: MÉTODOS COMPLEMENTARES de DIAGNÓSTICO
Tal como o próprio nome indica, são exames secundários, que podem ser realizados através de máquinas, ou não, para estabelecer uma opinião mais concisa sobre o diagnóstico final da doença do animal.

São estes: radiografias, ecografias, ressonância magnética, tomografia computorizada (TAC), análises, entre outros.

:: PROGNÓSTICO
É o juízo antecipado, prévio, feito pelo médico, baseado no diagnóstico e nas possibilidades terapêuticas, tendo em conta a evolução de uma doença ou quadro clínico que o paciente apresenta. Por exemplo se um animal não tiver melhorias ao final de um tempo de tratamento e continua em estado grave, podemos dizer que o prognóstico é reservado.

:: PROFILAXIA
Medidas que são utilizadas para prevenir doenças ou propagação das mesmas, como a vacinação e a desparasitação.

Relativamente a este último ponto, podemos referir os seguintes termos:

  • ZOONOSES – Doenças infectocontagiosas que são passíveis de ser transmitidas para o Homem.
  • QUARENTENA – Período específico em que um animal com suspeita ou com uma doença infectocontagiosa tem de permanecer isolado.
  • ESTERILIZAÇÃO – Procedimento cirúrgico de remoção dos órgãos reprodutivos dos animais.
  • ASSEPESIA – Conjunto de procedimentos que visam impedir a introdução de germes patogénicos em determinado organismo, ambiente e objetos.