Os métodos ativos e a aprendizagem online

Índice

1 – Metodologias Ativas de aprendizagem

1.1 – Metodologias ativas de aprendizagem

1.2 – Aprendizagem apoiada em tecnologias e métodos ativos

1.3 – Conselhos para a implementação dos métodos de aprendizagem ativa

2 – Sala de aula invertida

2.1 – Sala de aula invertida: desvantagens e erros na sua implementação

2.2 – Montar uma sala de aula invertida

3 – Aprendizagem baseada em projetos

3.1 – Fazer aprendizagem baseada em projetos – exemplo

4 – Ensino híbrido: Rotação por Estações

 

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Objetivos do módulo:

  •  Compreender o conceito de metodologias ativas de aprendizagem;
  • Desenvolver e aperfeiçoar competências para promover aprendizagem apoiada em métodos ativos;
  • Compreender o conceito de sala de aula invertida;
  • Montar uma sala de aula invertida;
  • Promover aprendizagens personalizadas apoiadas em tecnologias;
  • Promover aprendizagens baseadas em projetos.

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1. Metodologias ativas de aprendizagem

1.1 Metodologias ativas de aprendizagem

A sociedade atual exige proatividade e colaboração e necessita de novos métodos de aprendizagem, já que os tradicionais, aqueles que privilegiam a mera exposição de informações dos professores para os alunos, só fazem sentido quando o acesso à informação é difícil e limitado. Numa sociedade conectada pela internet, repleta de informações e cada vez mais complexa e veloz, é preciso descobrir novas estratégias que melhorem a aprendizagem dos alunos.

É aqui que entram as metodologias ativas, procurando atender às novas necessidades da era digital e formar indivíduos melhor preparados para o futuro.

A aprendizagem ativa é caracterizada pelo processo de envolvimento dos alunos na sua própria aprendizagem. Ela implica que o aluno reflita sobre as suas próprias ideias e conhecimentos, seja capaz de avaliar de forma crítica o seu conhecimento sobre conceitos e aprenda a lidar ativamente com informações e problemas.

O processo de aprendizagem ativa ocorre através de métodos que permitam adquirir conhecimento de forma ativa e participativa, envolvendo os alunos em atividades de pesquisa, reflexão, questionamento, diálogo e resolução de problemas.

Os métodos passivos, como o método expositivo, no qual os alunos recebem passivamente os conhecimentos transmitidos por um professor, geralmente por via oral, continua a prevalecer nas escolas. Porém, cada vez mais instituições de ensino têm vindo a incorporar novas metodologias, criando um espaço de aprendizagem híbrida ou, em alguns casos, totalmente inovador.

Cada vez mais professores reconhecem que os alunos de hoje necessitam de ser estimulados para se envolverem em atividades complexas, a tomar decisões, a experimentar possibilidades, a mostrar iniciativa e analisar resultados. Isto para se desenvolverem como indivíduos proativos, críticos e criativos.

 Além de estimular a autonomia, a proatividade e a capacidade crítica dos alunos, as metodologias ativas de aprendizagem contribuem também para melhorar os resultados dos alunos nos seus exames.

Os métodos para desenvolver a aprendizagem ativa na sala de aula são bastante diversificados. A sua aplicação pode envolver desde uma transformação completa e inovadora, que modifica todo o espaço da sala de aula, como acontece nas escolas que seguem a linha Montessoriana, até a adoção de alguns métodos ativos, alternados com aulas tradicionais.

Sejam quais forem as variantes que adotem os métodos ativos, os professores são elementos fundamentais para promover a aprendizagem ativa.

Métodos como a sala de aula invertida, a aprendizagem baseada em projetos e a instrução entre colegas, assim como diversas atividades na sala, estudos de casos, resolução de problemas, debates e simulações entre outros, são algumas formas de permitir que a aprendizagem ativa aconteça na sala de aula e nas escolas.

Vejamos duas das metodologias ativas mais utilizadas.

Sala de aula invertida

A força da metodologia na sala de aula invertida está no facto de o aluno ter acesso ao conteúdo antes de ir para a sala, também designada de “atividade pré aula”.

Esta inversão faz com que o aluno se sinta mais seguro para interagir com o professor e os seus colegas no encontro presencial, ou seja, na sala de aula. Verticalizando, assim, a sua aprendizagem.

Aprendizagem Baseada em projetos (ABP)

A Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP), ou Project Based Learning (PBL), é uma técnica que permite enfrentar de forma eficiente os desafios de gestão educacional atuais.

A Aprendizagem Baseada em Projetos foca-se na construção de conhecimento por intermédio de um trabalho longo e contínuo de estudo, cujo propósito é atender a uma indagação, a um desafio ou a um problema.

Partindo desse ponto, os estudantes começam um processo de pesquisa, de estabelecimento de hipóteses e de procura por recursos para conduzir essa atividade. Também envolve a aplicação prática da informação obtida até se alcançar um produto final ou uma solução satisfatória para a questão inicial.

Para que isso ocorra, é preciso começar com um problema desafiador, sem respostas fáceis que possam ser obtidas rapidamente, por exemplo, no Google. É necessário estimular a imaginação, incentivando os alunos a ir atrás de soluções.

Graças a isso, a Aprendizagem Baseada em Projetos une, até certa medida, o processo de ensino e a prática, tornando-os inseparáveis. Ao aplicá-la, envolve-se a exploração do contexto, o desenvolvimento de ideias a partir do conhecimento e a comunicação entre pares.

Uma grande vantagem desta metodologia reside no facto de os alunos conseguirem organizar as suas descobertas por meio de gráficos e estatísticas, vídeos, aplicativos e programas simples, entre outros instrumentos multimídia.

Com o uso destas ferramentas, os alunos demonstram os seus conhecimentos por meio de apresentações ou produtos voltados para um público real.

O Project Based Learning tem como objetivo de integrar diferentes conhecimentos, além de fomentar o desenvolvimento de competências. Aliás, ao estimular a solução para problemas do mundo real, permite o controle de quaisquer aprendizagens e habilidades que serão adquiridas. Com isso, a metodologia pretende que os estudantes não só desenvolvam competências, como construam os seus conhecimentos e trabalhem de maneira colaborativa.

1.2  Aprendizagem apoiada em tecnologias e métodos ativos

Para que a aprendizagem apoiada em tecnologias seja efetiva, as práticas pedagógicas devem apoiar-se em métodos ativos.

Com a utilização de métodos ativos na sala de aula, o professor assume-se como um designer de experiências de aprendizagem, necessitando para tal desenvolver competências que lhe permitam conhecer e aplicar as práticas pedagógicas mais adequadas para atingir os objetivos educacionais definidos para os tempos que correm.

Para que o processo de ensino apoiado em tecnologias, dinamizado com métodos ativos e técnicas pedagógicas dinâmicas é fundamental que se verifique um equilíbrio entre quatro fatores:

  • Existência de uma visão estratégica apoiada num planeamento sólido;
  • Incorporação de inovação tecnológica nos curricula e nas práticas pedagógicas, permitido a disponibilização de recursos educativos digitais;
  • Capacitação de equipas (professores e monitores) para as competências digitais;
  • Boas infraestruturas ao nível dos equipamentos e ligação à internet.

Neste sentido diremos que uma Escola Moderna apoiada em tecnologias, será aquela que possui uma visão estratégica, planeada para a incorporação de inovação e de tecnologias nos seus curricula e nas suas práticas pedagógicas, que integra equipas com competências para o uso de tecnologias, que utiliza recursos educacionais digitais selecionados e que disponha de equipamentos e uma boa ligação à internet.

Para ajudar os professores com técnicas pedagógicas apoiadas em tecnologias e métodos ativos, estruturamos conteúdos sobre cinco tipos de práticas pedagógicas, que o ajudarão a compreender a utilização das tecnologias e a integrar conteúdos digitais na sala de aula para potencializar a aprendizagem nos tempos atuais.

Entre as técnicas que passaremos a apresentar não existe nenhuma relação hierárquica, podendo ocorrer independentemente umas das outras ou em complementaridade.

As práticas pedagógicas são:

  • Sala de aula invertida;
  • Rotação por estações;
  • Ensino personalizado;
  • Aprendizagem apoiada em projetos;
  • Aula apoiada em tecnologias.

 

1.3  Conselhos para a implementação dos métodos de aprendizagem ativa

 Para aplicar o método ativo devem ser considerados os seguintes passos:

  • Criar situações experiências, envolvendo os formandos em atividades que os motivem e lhes interesse;
  • Formular um problema, que seja o estímulo para a reflexão;
  • Informar os formandos sobre as atividades que se pretendem realizar; 
  • Analisar soluções provisórias responsabilizando todos os formandos;
  • Aplicar as soluções para testar a sua validade.

O papel do formador na aplicação de metodologias ativas deve:

  • Propor trabalhos e tarefas de manifesto interesse para os formandos e grupos em formação
  • Proporcionar situações de aprendizagem estimulantes;
  • Disponibilizar informação e os recursos necessários;
  • Criar espaços de liberdade para que os grupos desenvolvam a sua autonomia;
  • Ajudar a encontrar soluções em momentos críticos de tensão ou esforço excessivo;
  • Sensibilizar o grupo para a necessidade de equilíbrio entre funções de relação e produção.

 

Vejamos um exemplo de como fazer:

Apresentação do caso/problema:

“Hoje gostaria que me ajudassem a encontrar soluções relacionados com uma campanha relacionada com sapatos. Trata-se de desenvolver uma campanha promocional para um sapato com atacadores para crianças com idades entre os 6 e os 8 anos.”

Propor uma atividade que assente nos seguintes pontos:

1º ponto: Explorar o conceito de sapato. No fundo, o que é um sapato?

2º ponto: Quais são as diferentes utilidades de um sapato? Enfim, no fundo, para que serve um sapato?

3º ponto: Quais as diferentes atividades lúdicas de um sapato?

Apresentação das instruções para a realização das atividades:

  1. Devem dividir-se em grupos com 3 elementos.
  2. Vão dispor de 10 minutos para estudar o assunto e apresentarem as vossas propostas.
  3. Depois, cada grupo escolherá um porta-voz para apresentar as propostas do grupo aos
  4. restantes elementos da Turma.
  5. No final, integra-se toda a informação e propostas a sites.
  6.  Apresentação dos resultados e conclusões a que os grupos chegaram.

Papel proposto para o formador

O formador deve dar reforços positivos do tipo “Muito bem! Foi uma boa produção de propostas. Cada grupo contribuiu para a resolução do problema.”

Pode também fazer uma síntese das contribuições, por exemplo:

“Começamos pelo grupo A. O Grupo A falou no sapato, na perspetiva clássica, como instrumento de suporte à atividade de movimentação, apostando na qualidade dos materiais utilizados para a sua confeção.

O grupo B evidenciou o sapato como um acessório de moda, explorando a influência da companhia ou do grupo no processo de compra. Não se esquecendo de abordar a influência dos pais e dos amigos no processo de compra.

O grupo C apresentou propostas para associar os sapatos a um jogo, potencializando o caráter lúdico dos sapatos. Lançou uma ideia de colocar um chip sonoro no sapato e luzes que reagem à aproximação de determinados animais.

Bem, em jeito de conclusão, cada grupo apresentou uma visão parcial para a forma de comercializar o sapato, integrando as três perspetivas, vamos ficar com uma boa proposta para comercializar o sapato.”

2. Sala de aula invertida

O modelo educacional da sala de aula invertida, propõe que o ensino seja encarado de uma forma diferente dos modelos tradicionais passivos.

Os alunos absorvem o conteúdo em casa, por meio de livros, vídeos e aulas gravadas, passando a realizar atividades em grupo e a resolverem exercícios na sala de aula.

Seguindo as orientações do modelo educacional da sala de aula invertida, os estudantes absorvem o conteúdo das disciplinas em casa, por meio de diferentes materiais didáticos, enquanto o horário na sala de aula com o professor é transformado em tempo para o desenvolvimento de atividades e colaboração em grupo, orientadas e apoiadas pelo professor.

Este modelo estimula que os estudantes façam em casa o que se fazia na aula presencial, permitindo que a sala de aula se transforme num espaço de projetos colaborativos, esclarecimento de dúvidas e a exploração do conteúdo de forma mais profunda.

Embora os conteúdos multimédia e os vídeos de aulas gravadas sejam a forma mais comum de aprendizagem em casa, há uma série de materiais didáticos que podem servir esse objetivo, como textos, materiais online e até mesmo jogos.

O modelo da sala invertida propõe o uso inteligente de ferramentas tecnológicas, como smartphones e notebooks, a favor da aprendizagem.

Segundo Jonathan Bergman, criador do modelo educacional, o que a sala de aula invertida procura, acima de tudo, é que o aluno aprenda de forma ativa, algo que diversas pesquisas indicam ser uma ótima forma de impulsionar a aprendizagem.

Vejamos três grandes benefícios que este modelo educacional traz para professores, formadores e alunos:

O professor ou formador pode ajudar melhor o aluno. A principal vantagem do modelo da sala de aula invertida é a presença do professor quando o aluno está a necessitar de disponibilizar dele para aprender. Lembramos que, como os modelos tradicionais, quando o aluno está a usar a maior parte da sua energia para realizar os trabalhos de casa, os famosos TPCs, o professor ou formador não está disponível.

O modelo da sala de aula invertida permite um melhor aproveitamento dos encontros presenciais. Permite ainda que os professores utilizem as atividades online para planear aulas que atendam às necessidades específicas dos alunos. Além disso, os alunos ficam mais ativos e motivados. Debates, trabalhos de grupos e atividades motivam mais os alunos do que aulas expositivas, nas quais os alunos deixam de estar atentos passados alguns minutos. O envolvimento ativo de todos facilita o processo de aprendizagem. De acordo com Andréa Ramal, com a sala de Aula Invertida, o aluno deixa de desempenhar um papel de ouvinte passivo para o assumir como um participante ativo e fundamental da sua aprendizagem. Como resultado, os alunos ficam mais motivados, as aulas são mais produtivas e o professor ou formador gasta menos tempo a explicar o conteúdo.

O aluno pode aprender ao seu próprio ritmo. Quando um aluno assiste a um vídeo ou tem acesso a qualquer outro material didático em casa, pode aprender ao seu próprio ritmo. No caso de conteúdos multimédia, com vídeos, aulas ou outros recursos, o aluno pode parar ou assistir novamente quando for necessário. Isto é especialmente útil para estudantes com dificuldade na aprendizagem.

 

2.2  Sala de aula invertida: desvantagens e erros na sua implementação

As escolas que queiram adotar o modelo da sala de aula invertida devem estar cientes de que existem alguns pontos negativos nesse modelo educacional.

O primeiro deles é que é um desafio pedir aos professores ou formadores que dediquem o tempo necessário para produzir conteúdos multimédia, gravar aulas com antecedência ou outros conteúdos, por forma a que sejam interessantes o suficiente para prender a atenção dos estudantes em casa.

Outro possível problema surge da falta de preparação dos professores e formadores para promover a aprendizagem apoiados nesta metodologia. Os professores necessitam de desenvolver competências para adotar estas metodologias, tal como os alunos necessitam de aprender a ser autónomos e autodisciplinados.

Outro possível problema é que os alunos necessitam de dispor dos equipamentos apropriados para assistir às aulas de casa. Isso inclui um computador ou telemóvel e internet.

Outro problema pode estar relacionado com o fato de os alunos poderem achar que se já aprenderam o conteúdo em casa, as aulas são desnecessárias. Para combater isso, é importante que as atividades na sala de aula sejam envolventes, motivantes, assim, os alunos não sentirão que estão a perder o seu tempo.

 

Vejamos 5 erros que podem resultar quando se pretende implementar o modelo de aula invertida.

1) Ter uma definição simplista do que é uma sala de aula invertida. Ter uma perceção simplista da sala de aula invertida pode levar a que esta não funcione. Uma sala de aula invertida não é apenas colocar alunos a assistir a vídeos e conteúdos multimédia antes da aula, mas sim levar a que os alunos ocupem um papel central na própria aprendizagem. Para evitar este erro é fundamental envolver os alunos em experiências de pensamento crítico durante a aula e deixar a parte mais fácil para as tarefas de casa.

 

2) O segundo erro está relacionado com os resultados de aprendizagem. Se os alunos não reconhecem os objetivos da aula ou não sabem porque devem fazer algo, então eles simplesmente não o vão fazer. Para que a aula invertida funcione, é vital que todos os envolvidos saibam desde o início qual é a finalidade desse modelo educacional e quais são os objetivos da aula. Caso contrário a atividade será frustrante para alunos, professores e formadores.

 

3) Um terceiro erro, pode estar relacionado com a falta de planeamento. Uma das maiores responsabilidades do professor de uma sala de aula invertida é planear. O professor deve planear cada passo das atividades que vai usar na aula. O professor ou formador deve pensar como uma atividade vai ser introduzida, pensar nos materiais necessários e na finalidade de cada um deles. Mas atenção! Não se esqueçam que uma sala de aula invertida é barulhenta e dinâmica. Os alunos vão conversar, compartilhar ideias e resolver problemas. Alguns alunos vão utilizar o telemóvel para encontrar o que precisam. O professor necessita de um planeamento flexível o suficiente para permitir tudo isso.

 

4) Um quarto erro pode estar relacionado com propor uma atividade demasiado grande. Tentar fazer uma atividade demasiado grande na primeira experiência com um modelo invertido pode levar ao stress, tanto para professores como para os alunos. Para ter sucesso na aprendizagem, recorrendo ao modelo de aula invertida, devemos começar com algo pequeno e evoluir a partir disso.

 

5) Um quinto erro, pode estar relacionado com a inversão completa da metodologia de ensino. Mudar o que já está a funcionar não é uma boa ideia. Se os alunos já estão assimilando a matéria com o método que se está a utilizar, pode ser que não valha a pena repensar uma nova estratégia. Ao invés disso, procure momentos de inversão, ou seja, pontos de dificuldade na aula que podem beneficiar se utilizar a sala de aula invertida em determinados momentos.

 

2.3  Montar uma sala de aula invertida

A sala de aula invertida exige muito planeamento, para além de tempo para uma preparação cuidadosa dos materiais didáticos disponibilizados para o aluno utilizar fora da sala de aula.

A aprendizagem fora da sala de aula deve ser aprofundada na sala de aula, onde atividades envolventes e enriquecedoras também necessitam de um bom planeamento.

Para além de tudo isso, é necessário saber como preparar os alunos para este novo modelo educacional. É vital que os alunos se preparem com antecedência e cheguem à sala prontos para realizar atividades dinâmicas e desafiadoras, quer individualmente, quer em grupo com os seus colegas.

Vejamos algumas ideias para adotar o modelo da sala invertida e encorajar os alunos a adotá-lo:

Redefinir papéis, para que o método funcione todas as partes devem estar conscientes do que está a acontecer. Logo no início do curso ou da aula o professor deve realizar uma atividade ou explicar o que é a aprendizagem invertida permitindo que os alunos colaborem na construção do modelo de aulas ou na resolução do problema.

Compreender situações problemáticas, quando, por vezes, alguns alunos chegam à sala de aula mal preparados, o professor pode ser levado a presumir que são preguiçosos ou desinteressados. Mesmo que esse possa ser o caso de alguns, outros alunos são esforçados e motivados. O professor deve adotar uma atitude positiva e construtiva, partindo do princípio que pode ter acontecido algo que impediu os alunos de se prepararem ou então que necessitam de uma melhor preparação ou disponibilidade temporal.

Ter em atenção os medos e receios dos alunos, se alguns alunos estão com medo, podem até ter-se preparado, mas dificilmente vão colaborar nas atividades. Se para alguns alunos estar envolvido na aula é arriscado e assustador, o professor deve proporcionar a criação de ambientes em que seja seguro compartilhar ideias e colaborar com os outros.

Apresentar os Objetivos, é importante que o professor e os alunos saibam quais são os objetivos de cada aula. Os resultados devem ser claros e mensuráveis, para que tanto o professor como os alunos saibam o que devem fazer e consigam avaliar se os objetivos foram atingidos. Se os alunos estiverem cientes de que o seu trabalho vai valer a pena, a probabilidade de se prepararem é bem maior.

Estabelecer prazos, estruturar prazos para a realização de determinadas atividades ajuda os alunos a planear as atividades fora da sala de aula e aumenta as chances de se preparar. Por isso, é importante apresentar uma estimativa de quanto tempo é necessário disponibilizar para preparar uma determinada atividade.

Promover e estimular relações, se um aluno se sentir sozinho quando está a fazer as atividades pré-aula, provavelmente não vai continuar a fazê-las por muito tempo. É importante que sinta que se encontrar um problema vai ter alguém para o ajudar. Essa sensação pode ser criada através de um fórum com os alunos para a resolução de problemas ou definindo e disponibilizando algumas horas e datas em que o professor se disponibiliza para responder às dúvidas dos estudantes, online ou pessoalmente.

Identificar com rapidez potenciais problemas, por vezes os alunos passam muito tempo com matérias ou assuntos pouco importantes e depois, ficam frustrados quando percebem que perderam tempo desnecessariamente. Para além de dar instruções claras é importante que o professor acompanhe a preparação e desenvolvimento dos alunos por forma a compreender quando determinados erros de metodologia acontecem.

Instruir os alunos, para ter sucesso com a utilização do modelo de aula invertida, é importante instruir os alunos para saberem estudar e aprender com os recursos disponibilizados.

 

3. Aprendizagem baseada em projetos

Um bom exemplo de técnicas pedagógicas inovadoras é a Aprendizagem Baseada em Projetos (Project Based Learning).

Os projetos são o foco desta técnica, ou seja, a Aprendizagem Baseada em Projetos foca-se na construção de conhecimento, por intermédio de um trabalho longo e contínuo, cujo propósito visa responder a uma pergunta, a um desafio ou a um problema.

Partindo de uma questão principal, o professor procura estimular os alunos a investigar, a integrar áreas de conhecimento, a refletir e a trabalhar em modo colaborativo com colegas e professores para elaborar um projeto final.

O planeamento do projeto deve contar com a participação dos professores de diferentes áreas curriculares, onde a tecnologia pode ser usada para permitir a interação e colaboração entre alunos e professores, quer na sala de aula quer fora dela, assim como ajudar a produzir, armazenar e partilhar os materiais produzidos ao longo de diferentes aulas. 

 

3.1  Fazer aprendizagem baseada em projetos – exemplo

Imaginemos que os alunos do 8º ano se questionaram sobre as razões das alterações climáticas e consequente impacto na sua comunidade durante o período do verão.

Os professores de Geografia, Ciências, História, Português e Matemática, organizaram-se para realizar um projeto e responder à pergunta: “Como reduzir o impacto térmico do calor na nossa escola e na comunidade?”

Os alunos começaram por investigar a história sobre a construção de escolas e das casas da comunidade, para compreender a utilização de materiais no combate às intempéries e ao clima. Visualizaram vídeos disponibilizados pelo professor sobre características de materiais, disponibilizados na plataforma Escola Mágica. Pesquisaram ainda na internet sítios relacionados com o clima, para recolher informação sobre as alterações da temperatura e precipitação nos últimos 30 anos, por forma a criar tabelas e gráficos demonstrativos.

Com o apoio do professor de Matemática e Português, desenvolveram questionários online e realizaram entrevistas à população, com o objetivo de conhecer o seu comportamento em relação ao clima e utilização de sistema de climatização, para além de conhecer a quantidade de água ingerida nos períodos do verão.

Como produto final do projeto realizado de forma colaborativa, fazem uma apresentação pública na escola, em que convidam os alunos e professores da turma, o presidente da câmara, os bombeiros, entre outras entidades civis da comunidade responsáveis pelas temáticas relacionadas com o problema.

 

4. Ensino híbrido: rotação por estações

A técnica Rotação por Estações, procura criar diferentes ambientes na sala de aula, respeitando um determinado circuito que permita aos alunos abordar determinado conteúdo de diferentes perspetivas.

Podendo adotar diferentes formatos, com base nesta técnica, o professor planeia experiências de aprendizagem distribuídas por cada uma das estações, procurando promover o dinamismo pedagógico e o desenvolvimento pessoal no respeito pelo trabalho colaborativo.

O professor poderá organizar o trabalho e as atividades em cada estação, quer individualmente quer em grupo. Em cada estação os alunos compartilham descobertas e aplicam conceitos incluindo a integração de tecnologias digitais em pelo menos uma das estações.

Embora cada estação tenha um objetivo específico, todas elas devem contribuir para o mesmo objetivo de aprendizagem sobre uma determinada temática. Para além de designer da aula, o professor assume um papel de coordenador e moderador da dinâmica pedagógica, promovendo a reflexão e o espírito colaborativo

Imaginemos que, para estudar o sistema nervoso central, o professor prepara uma aula em que recorre a esta técnica, começando por organizar três estações com o respetivo planeamento de atividades para cada uma delas.

Numa estação o professor disponibiliza computadores e tablets com acesso à internet, convidando os alunos a entrar na Escola Mágica pesquisando e vendo vídeos sobre as características do cérebro humano e especificamente do sistema nervoso central.

Numa segunda estação os alunos podem consultar em livros e enciclopédias a diferença entre movimentos involuntários e movimentos voluntários.

Numa terceira estação os alunos debatem sobre o assunto que envolve a problemática do cérebro humano e especificamente as diferenças entre os movimentos involuntários e voluntários, apresentando exemplos do dia a dia.

Ao longo da aula o professor coordena, tira dúvidas, lança questões e orienta a aprendizagem, ou seja, promove a aprendizagem levando a que os alunos aprendam ativamente.